O Prof. Dr. Carlos Alberto Feliciano da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita – Unesp, esteve ontem dia 18, no auditório do Instituto de Ciências Exatas e Naturais (ICEN) ministrando a palestra “Violência e (re) existência territorial: Ataque aos povos do campo no Brasil do século XXI”, junto ao programa pós-graduação em geografia da UFPA (PPGEO).
O professor possui um vasto currículo na sua área de formação, geografia, com ênfase em geografia humana. Autor do livro “Movimento Camponês Rebelde: A Reforma Agrária no Brasil” segue seus estudos e pesquisas abordando temas como: geografia agrária, reforma agrária e políticas ambientais. Durante a palestra, abordou entre outras questões a atual situação do agronegócio, as relações de grandes empresas com os trabalhadores do campo e os conflitos que são gerados por interesses políticos e de mercado, que no Brasil quase sempre andam de mãos dadas.
- Tendo em vista o tema da palestra e a sua área de estudo na geografia, como o senhor analisa a situação atual das políticas voltadas para a reforma agrária e a violência no campo no Brasil?
"A gente não tem nenhum projeto de política de reforma agrária no Brasil na atual conjuntura que se proponha atuar em áreas de conflito, ou desapropriar para criar assentamentos. E quanto as questão da violência, a gente tinha a Ouvidoria Agrária Nacional atuava em todas as questões de conflito agrário do país, mas que foi extinguida pelo atual governo. Ou seja, o campo está abandonado pelo Estado brasileiro".
- Qual a importância da pesquisa de pós-graduação colocar essas questões em debate e estudà-las?
“Acho que a pós-graduação e a pesquisa nesse caso são importantes para gente trazer a tona todo esse processo, de despolitização da luta pela reforma agrária, de despolitizar a questão de elaborar novos assentamentos rurais. Porque ela mostra seja pela violência, seja pela pelo descaso o cotidiano dessas milhares de família que vivem no campo. Se agente não faz pesquisa e não debate, o Estado não vê isso de uma forma sistematizada. Então a geografia, a pós-graduação, a pesquisa são essenciais para mostrar o que está acontecendo no campo brasileiro”.
Texto: Victor Melo - Bolsista/PPGeo